Crônicas

Dedicamos esse espaço as crônicas, mas o que é uma cronica esportiva? Quais foram os grandes nomes dessa aréa?E quais são os outros genêros dessa diversidade. 

Bem, a história do Jornalismo Esportivo passa por nomes como Nelson Rodrigues, Armando Nogueira e Mario filho. Jornalistas, mas que faziam da cobertura esportiva algo mais próximo da literatura que da notícia. O estilo jornalístico esportivo de meados do século XX incorporava muitas características do texto narrativo, por meio das crônicas.

                                                                   Nelson_Rodrigues.jpg

                                                       Nelson Rodrigues um extraordinario cronista esportivo.

 

Crônicas: jornalismo ou literatura?

A crônica é um estilo que, por si só, tem a capacidade de dar tom ficcional e romântico a um fato. A emoção com que os grandes cronistas escreviam cabia perfeitamente no futebol, esporte que sempre despertou os mais variados sentimentos naqueles que o acompanham de perto.

Os autores conseguiam trazer esta emoção dos campos para os folhetins e periódicos da época, o que dava a seus textos uma grande popularidade entre os apaixonados por futebol. O esporte não tinha muito espaço na mídia, espaço que foi conquistado conforme a paixão crescia. Pode-se dizer que as crônicas contribuíram para o crescimento dessa paixão, mas existem alguns questionamentos quanto a ligação dessas crônicas com o jornalismo.

10220c.jpg

 

As crônicas traziam a emoção dos torcedores para os textos

Alguns princípios básicos da atividade jornalística, como a busca pela verdade e a imparcialidade, fugiam a alguns textos de Nelson Rodrigues. Torcedor fanático do Fluminense, Nelson preferia emoção à razão. Era míope, tinha a visão muito prejudicada, o que o impedia de analisar completamente uma partida de futebol e comprometia a veracidade do texto.

Fato é que todos os seus textos tinham como base fatos verídicos, partidas de futebol que realmente ocorreram. E conseguia, de uma forma ou outra, passar informação a quem o lesse. Porém, a crônica continha um tom mais opinativo e crítico, uma linguagem mais poética, o que a diferenciava na notícia. Ambos, no entanto, podem ser considerados textos jornalísticos.

As características da narração presentes nas crônicas esportivas

 

 A descrição

As crônicas carregavam um grande volume de detalhes em relação ao tempo e espaço de jogo. Os personagens principais eram densamente adjetivados, e ganhavam características e expressões próprias de outros contextos, como, por exemplo, o bélico.

Enredo bem definido

A linha temporal do texto segue a do jogo, e vai o enredo vai se desenrolando ao mesmo passo que o relógio se aproxima dos 90 minutos que delimitam a partida. Mas, ao mesmo tempo, é capaz de trazer para a crônica os momentos que antecederam a partida e os olhares e opiniões após o jogo.

 Herói e vilão

A característica mais marcante é a definição de um herói. Este se construía não somente pela habilidade como jogador, mas às vezes por características que ultrapassavam as quatro linhas. O zagueiro Bellini, capitão da seleção brasileira nos dois primeiros títulos mundiais, era tido como mito em crônicas de Nelson e Mário Filho menos por sua qualidade como zagueiro, e mais pela forma elegante como se portava dentro e fora de campo, inclusive no momento em que eternizou o gesto de erguer a taça. O vilão mudava de acordo com o contexto, e dependia muito do jogo. Em partidas do Fluminense e da seleção brasileiro, Nelson Rodrigues dava ao time adversário o caráter de antagonista, muitas vezes simbolizado por seu principal craque, que fracassava diante do herói que vinha do outro lado (por muitas vezes, este herói foi Pelé). Em alguns casos, o principal antagonista era o juiz.

Coadjuvantes

Os cronistas tinham a capacidade de enxergar o espetáculo futebolístico com um todo, e não reduzi-lo apenas aos 22 jogadores. A história era conduzida em torno dos jogadores, mas outros elementos eram citados (sobretudo os espectadores).

O jornalismo esportivo atual

O gênero da cronica perdeu espaço na cobertura esportiva no jornalismo contemporâneo. Nomes como José Roberto Torero e Mauro Beting ainda tentam resgatar características do gênero em seus textos, mas a nova tendência do jornalismo no futebol é a densidade de informações, estatísticas e números. Hoje, com a globalização do esporte, o bom jornalista precisa enxergar todos as partes do mundo onde o futebol tem destaque, sobretudo na Europa. É preciso ainda, compreender alguns princípios de economia, sociologia e polítca para entender o esporte, que se profissionalizou e modernizou. 

 

A Bola

 

Ninguém presta a atenção nela, ela fica lá, parada, quietinha esperando o jogo começar. Os jogadores começam a encara-la, pega-la, aperta-la e da o ok ao arbitro, ela está pronta para o espetáculo. A torcida vaia o arbitro, grita o nome do time, fala mal do presidente, e esquece dela.

    Ela se movimenta, significa que começou o jogo, ela vai para lá, vem para cá, rola no chão, voa igual um pássaro, bate na trave, o goleiro agarra ela firme ou espalma ela para fora. Muitas vezes ela vai para as arquibancadas, sentir o calor da torcida. 

 É verdade que às vezes ela é mal tratada, mas muitas vezes de pés mágicos ela se torna uma rainha. Na matemática ela é chamada de esfera. Já sabe de quem eu estou falando né? Dela que passa de baixo das pernas do volante, por cima da cabeça do zagueiro e no ângulo superior do goleiro. O maior motivo da torcida gritar olé, o maior motivo da realização do jogo, o maior motivo de haver o futebol, pois sem bola não a jogo. Eu estou falando dela “A BOLA”. A vilã! A heroína! Chamem há de como quiser, só não coloque a culpa nela no lance que você perdeu, pois quem não sabe trabalhar direito coloca a culpa na ferramenta.      


Iuri Fontora          

 

 

                                ah Andara, Andara, Andaraí

                            

  Clube de tanta tradição, vitórias e emoção, ah Andara, Andara, Andaraí. Sessenta e nove anos de historias e conquistas de tristezas e alegrias ah Andara, Andara, Andaraí.

  Clube de tantas conquistas e finais, marcadas por glorias imortais, ah andara, andara, Andaraí.

   Barbacena não ganhou somente um time de futebol, ganhou uma história, uma paixão, ganhou o Andara, Andara, Andaraí.

  Eu vi o Nho Pradex narrar o primeiro jogo do interior de Minas Gerais no estádio Walter Antunes, fato que marcou a radiodifusão mineira. Eu vi em 1969 no estádio Walter Antunes, Andaraí e Atlético Mineiro. Vi o Andaraí se chamar clube da Boa vontade. Vi o Silvio Romano Quintão fazer brotar a semente para nascer o Andara, Andara, Andaraí.

  Andaraí, mais do que um vicio, um amor que não tem Fim.

 

“Amaldiçoados” com o DOM


 

Voar, rastejar, perder, ganhar, comemorar, ser o grande herói, ser o salvador esquecido, o diferente, o vilão…

 

   Um goleiro convive diariamente com estas palavras. Chamam-nos de vilões quando operamos dez milagres e falhamos em um, chamam de heróis os que erram dez e acertam um. Injustiça, pois só quem está debaixo das traves sabe o peso da falha, só quem está ligado à baliza sabe a importância da defesa, seja ela “simples” ou milagrosa.

    Só os amaldiçoados com o Dom de defender sabem o que é voar como um pássaro, segurar como uma aranha, pousar como um gato e levantar como um rei diante de seus súditos, só quem é agraciado com a “maldição” de defender entende quando seus súditos que vivem de fazer gols perecem diante da muralha adversária.

    Contudo, os agraciados com o Dom de defender, são os que garantem o show, a diversão, o espetáculo, só eles fazem o valor do ingresso valer a pena, sendo heróis valorizados, heróis ofuscados por um gol acidental, sendo vilões, ou em um jogo chato, “só mais um” em campo.

 Mas ser goleiro é viver é uma solidão terrível, ali sozinho debaixo de uma trave tentando orientar a equipe, comemorando sozinho um gol. Mas o que mais me admira em nós goleiros é a coragem de assumir uma falha, porque quando erramos somos crucificados, chamados de mão de alface, frangueiro, e mais expressões que eu não posso citar nesse texto, mas durante a semana pressionado  pela torcida nós nos reerguermos.

   Essa profissão de tanta contradição se chama GOLEIRO e quem vos fala é um goleiro que apesar de todas as criticas ama o que faz. A todos os Heróis e Vilões que se chamam goleiros, Parabéns.   

                                   Paixão Nacional                                   

                                              

 

     Futebol... Uma paixão nacional, um sentimento, um fato que jamais nenhum filósofo ousou descreve-lo, pois o futebol é realmente isso, um fato indescritível.

    Uma arte completamente contraditória, pois ao contrario de qualquer outro esporte o futebol não aceita o segundo lugar.

    Um esporte que é a cara do Brasil, que influencia diretamente em toda nossa população do Oiapoque ao Chuí. Talvez seja por isso que o Brasil é reconhecido como a terra dos milhões de técnicos, pois cada brasileiro tem sua opinião não importa se é certa, errada, inusitada ou se é simplesmente obvia, mas todas as idéias se unem a fim de um único objetivo, gritar gol, vibrar com a vitória, comemorar um título e sair gritando para os quatro ventos “É CAMPEÃO”.

     Mas sabe qual é a melhor parte disso tudo? È chorar de novo, sofrer de novo, xingar de novo, sorrir de novo, comemorar de novo, zoar o amigo de novo, comprar uma camisa do seu time de novo e sair pulando de alegria e incansavelmente dizer para o mundo “Eu sou brasileiro sim e amo futebol como ninguém”.

Iuri Fontora Almeida

 

                                        Saudades

                                                   

   Ah! Que saudade de esperar o domingo chegar e logo de manhãzinha levantar correndo todo ansioso e ir direto para o banheiro para se arrumar, para não se atrasar para a missa. E antes do padre dizer amem, eu já estava com minha mochilinha na beira do campo de terra cheio de pedra, com as traves toda remendada, muitas vezes feitas de pedaços de pau.

   Eu ficava ali na beira do campo todo acanhado esperando sobrar uma vaga no time e eles me escolherem. Era uma verdadeira festa as crianças, adultos, idosos, homens e mulheres faziam a verdadeira alegria e formavam a grande beleza das torcidas. Em campo uns verdadeiros craques e também uns verdadeiros pernas de pau. O juiz era um torcedor qualquer que pegávamos nas arquibancadas, apesar de não ser preciso, pois a filosofia do jogo era definida em apenas uma palavra, “RESPEITO”.  

  Gols não podíamos reclamar, era gol de tudo quanto é jeito: Letra, calcanhar, trivela, bicicleta, voleio, cabeça, chapa, bico, enfim de tudo,  também víamos gols perdidos de tudo quanto é jeito .

       E depois do jogo? Depois do jogo os dois times partiam para o boteco mais perto do campo e o time que perdeu o jogo era o que pagava a conta.

     Quanto relembro essas historias do tempo de outrora, me bate uma saudade inexplicável, eu era feliz e não sabia, essa bagunça organizada era a beleza do futebol de Barbacena. Como sinto saudades da minha mochilinha onde guardava minha chuteira remendada de arame, e a luva que ganhei toda remendada com os panos que sobravam das costuras de minha avó.

     Saudade de um tempo que não volta mais, saudade de uma geração que não existe mais, saudade de ouvir um grito de uma torcida, saudade de ver aquele time que me dava todo domingo um sorriso no rosto, por isso que para mim não existiu nenhum time melhor do que esse em nenhuma parte do mundo, pois era esse o time que eu tinha e era esse time que me fazia feliz. E é por isso que eu termino essa crônica, expressando um sentimento em apenas uma palavra “saudades”.  

Iuri Fontora Almeida