Segundo Capítulo

 


Para um garoto chegar em uma categoria de Base e se destacar dos demais é essencial a condição física também se destacar dos demais, e novamente em uma entrevista mais do que exclusiva do Andaraí, conversei com o preparador físico das categorias de base do Clube Atlético Mineiro, Rosenwaldo  jóse o Dadazinho, filho do grande artilheiro Dadá maravilha, além desse sonho falamos também sobre categorias de Base, que também é um dos assuntos dessa nossa série. A entrevista você confere logo abaixo com exclusividade do Andaraí Esporte Clube. As perguntas consistem na cor verde e as respostas na cor vermelha.

1) Como é dado o processo para a criança ou adolescente entrar dentro do clube para fazer um teste? E até que ponto ocorre a influencia do que chamamos hoje de padrinho, aquela pessoa que facilita a entrada desse "sonhador" ao clube ? 

 

 Os testes nos clubes são através de peneiras e olheiros que fazem essa captação, ao contrario de que muitos pensam, o apadrinhamento no futebol hoje é uma coisa muito difícil de acontecer, pois as coisas se tornaram muito profissionais, já que o clube de futebol hoje se tornou uma empresa aonde o produto ¨jogador¨ tem que ser da melhor qualidade para se resultar em lucro para a empresa.

 

2)  Hoje o futebol se tornou algo muito exigente, tanto fisicamente como mentalmente, e isso causa muito desgaste ao atleta. Na sua opinião qual é a influencia das categorias de base nessa formação do atleta  no físico e no mental, para suprir as necessidades que são exigidas no profissional? 

 

 A categoria de base hoje no clube, se tornou uma coisa muito importante, haja vista que os clubes hoje não tem prejuízo com o departamento de base. Já que o lucro é maior que o prejuízo. Essa categoria de base tem como meta preparar o jogador para o profissional, já que o futebol tem uma pressão psicológica muito grande, pois o jogador esta exposto a alto e baixo em questão de pouco tempo, céu e inferno questões de segundos. Na categoria de base o jogador já vai se habituando ao mundo da bola, e fisicamente ele também tem um preparo para suportar uma carga grande de trabalho, ex: Neto Berola que não teve praticamente base, sente com a alto carga de treinamento.

 

3) O futebol hoje é visto com "bons olhos" pela sociedade moderna, pois se trata de um esporte que gera muita riqueza. Então vou colocar duas situações de distintos poderes aquisitivos, na primeira situação um adolescente teve uma infância pobre e sonha ser um atleta  profissional. Na segunda situação o outro adolescente teve uma infância de luxo, e também sonha em ser atleta profissional. Em sua opinião a primeira situação a chance do adolescente em ser um atleta profissional é maior, pois a vontade de mudar de vida e ajudar a família que viveu na pobreza é um motivo de motivação que na segunda situação não teria ?   

 

 Na realidade o futebol é enganoso, pois fazendo uma analise rápida, na dimensão Minas Gerais que são vários clubes de futebol, a realidade da riqueza e ostentação fica por conta de Atlético, Cruzeiro e América, em um universo muito grande de time. Primeiramente o menino tem que gostar mesmo de futebol, porque a vida de jogador não e tão fácil assim, primeiro que ele passa por uma peneira muito grande ate chegar no profissional, e depois a concorrência e muito grande. Esse menino tem que se abdicar da infância em prol de uma coisa que ele não sabe se vai chegar ou não. Não digo que a necessidade de ter dinheiro faz o jogador, e sim a necessidade de se realizar profissionalmente. Porque dizer que quer jogar bola pra ser rico, não e dizer que quer jogar bola pra se realizar profissionalmente.

 

4) Você acha que com a o crescimento do futebol Brasileiro trazendo grandes nomes para os clubes, está faltando uma valorização maior para com as categorias de Base?

 

 A valorização das categorias de base ja vem crescendo nos últimos anos, já que os clubes perceberam que fica mais barato revelar jogador do que comprar jogadores com prestígios.

 

5) O campeonato varzeano é muito desvalorizado, mas é do terrão que nasce os grandes nomes, você acha que se acontecesse um investimento maior no futebol varzeano pelo Poder Público e grandes empresários, teríamos mais excepcionais jogadores, do que temos atualmente? 

 

 Sim sem duvida, e vou mais longe, falta campo de várzea para os meninos de hoje em dia, ja que a juventude hoje tem brincadeiras diferentes Vídeo games, computador, celular etc. Já em épocas passadas, por exemplo da minha época, que brincávamos na rua o dia todo correndo, pulando, etc.

 

6) Até que ponto você acha que o sonho de ser um grande jogador de futebol pode se tornar frustração?

Na realidade o menino tem que se preparar para uma segunda opção, eu, por exemplo, investi na carreira de jogador, mais quando vi que não iria pra frente, logo comecei a fazer faculdade de educação física, e hoje me sinto realizado em poder estar trabalhando na área.

 

7) Essa pergunta deixei para o final pois se trata de um assunto muito delicado e que a imprensa esportiva omiti em falar de um assunto de tamanha importância, o que você tem a dizer sobre a pedofilia dentro das categorias de Base de grandes clubes do nosso futebol?  

 

Isso antigamente era uma coisa muito forte no futebol, hoje acredito que não tenha mais.

 

8) E para finalizar essa grata conversa, qual é o recado que você mandaria para os "sonhadores", que um dia poderá estar trabalhando com você? 

 

O recado que deixo para esses futuros cidadãos é: respeitar pai e mãe, ter futebol como sonho mais sempre estudar para ter um segundo caminho, ate pq se não jogar bola tem que ter uma profissão de imediato e se jogar bola profissionalmente tem que ter uma carreira depois de aposentar no futebol, e digo que o mercado do futebol como comissão técnica não esta mais aceitando pessoas sem capacitação.

fazer o futebol por sonho de ser jogador e não sonho de ter dinheiro, o dinheiro vai ser consequência do trabalho

Nunca achar que sabe tudo, porque sempre estamos aprendendo cada dia que passa

essas são algumas recomendações que faço para os meninos que estão começando, agradeço o espaço, abraços a todos.
 
att, 
Dadazinho.

 

 

Gostaria de agradecer ao Dadazinho pela grata conversa com exclusividade  ao Andaraí, e já amanhã  teremos como entrevistados o jornalista Frederico Jota colaborador da Revista Placar, e claro, exclusiva do Andaraí.